v. 25 n. 1 (2005)

Editorial

Com grande satisfação, apresentamos o segundo número da Revista Vidya, que reúne variadas abordagens de professores/pesquisadores tanto do Centro Universitário Franciscano quanto de outras renomadas Instituições de Ensino Superior. Tal contribuição, entendemos, torna-se fundamental por propiciar a abertura de perspectivas teórico-críticas na área da educação, para a qual está voltado o novo perfil editorial desta publicação acadêmica, adotado desde 2007.

Como principais temas que perpassam a maior parte dos artigos deste número, temos a formação de professores e a educação continuada. Trata-se de abordagens que, além de suas incontornáveis inter-relações, estabelecem um diálogo de enriquecedora complementaridade. Assim, a partir do reconhecimento de que a prática e a teoria são indissociáveis, no primeiro texto, “Relação entre teoria/prática como elemento reflexivo da formação docente”, Guacira de Azambuja e Margarete Terezinha Sirena problematizam os caminhos para uma formação docente comprometida com a humanização. Essa humanização pode ser entendida, por sua vez, como o vértice central no qual se sustenta a noção de que os professores são sujeitos incompletos, em constante formação, de acordo com as proposições encontradas no segundo artigo, “Formação do professor: um processo inacabado”, de Vantoir Roberto Brancher, Elza Hirata Baptista, Mariglei Severo Maraschin e Victor Julierme Santos da Conceição. Após os conseqüentes questionamentos realizados, chegamos ao artigo de Délcia Enricone, “Formação de professores e contemporaneidade”, no qual se afirmam o conhecimento e a liberdade como fundamentos de uma prática educativa de excelência. Para tanto, a autora estabelece relações entre três clássicos da literatura mundial e o papel da utopia e da esperança para a atuação docente como fundamentos para os desafios da contemporaneidade. Dentre tais desafios, encontra-se, no artigo de Hedioneia Maria Foletto Pivetta e Silvia Maria de Aguiar Isaia, “A formação continuada e o significado de ser professor da educação superior: um diálogo intersubjetivo”, a necessidade de que os professores da educação superior se reconheçam em sua subjetividade e constituição grupal, direcionados no re-conhecimento da identidade de seus saberes. Das implicações e aprofundamentos que tal direcionamento proporciona, de acordo com a abordagem desenvolvida no referido texto, partimos para um relato de caso em que são avaliadas as propostas e os resultados de um programa de educação continuada em instituição privada de ensino superior: nessa avaliação, encontra-se o cerne do artigo “O diálogo entre diferentes saberes num programa de educação continuada”, de Neusa Maria John Scheid e de Cledes Antonio Casagrande. Com aproximado intento inicial, Janilse Fernandes Nunes Vasconcelos, Maria Antonia Ramos Azevedo, Marilene Gabriel Dalla Corte, Patrícia do Amaral Comaru e Rosemar de Fátima Vestena apresentam, em “Estratégias formativas em diferentes espaços e contextos: redimensionando o papel da prática de ensino e do Estágio Curricular Supervisionado”,  questionamentos sobre práticas nacionais e internacionais relacionadas à formação de professores, que envolvem estágios curriculares supervionados, articuladas como estratégias relevantes por propiciarem fundamentais parcerias entre universidade/escola. A importância dessa parceria também se faz presente no artigo “Representação social e educação especial: apontamentos a respeito da formação e prática docente”, de Carmem Rosane Segatto e Souza e Maria Inês Naujorks, em que são aprofundadas questões concernentes a representações sociais de professores e gestores em educação especial.

Por certo, esse estabelecimento de sentidos é apenas uma das muitas possibilidades de interação dialógica que os artigos proporcionam. Do mesmo modo, entendemos que os dois últimos artigos, “Grupos Focais virtuais em avaliação docente: proposta de ferramenta bate-papo”, de Benedito Jesus Ferreira e Luiz Dourado Dias Júnior, e “Parâmetros Curriculares Nacionais e Plano Nacional de Educação: quando a ordem dos fatores altera o resultado”, de Eliane Mimesse, articulam-se com os demais ao propiciarem o encaminhamento de problematizações sobre o saber-fazer docente - da atual contribuição dos recursos de informática na educação à compreensão do histórico e das limitações da legislação educacional.

Finalmente, a resenha apresentada neste número, desenvolvida por Vantoir Roberto Brancer, Cláudia Terra do Nascimento e Valeska Fortes de Oliveira, aponta para a importância do constante aprofundamento sobre a obra de Vigotsky, como propõe Teresa Cristina Rego, ao efetivar o resgate histórico-crítico de alguns dos principais fundamentos das proposições do pensador russo.

Aos autores e demais profissionais que contribuíram para a publicação de mais este significativo número da Revista Vidya, o nosso sincero agradecimento. A todos os leitores, o nosso desejo de que estes artigos se traduzam em renovadas reflexões e renovados saberes e fazeres de nossas práticas educativas.

 

Inara de Oliveira Rodrigues

Editora

Publicado: 2015-04-22

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