v. 32 n. 2 (2012)

Editorial

Temos o prazer de apresentar o número 32, v.2 do periódico Vidya, o qual contém dez artigos, completando um total de 17 artigos publicados no ano de 2012. A demanda tem sido cada vez maior por nossa revista, o que nos deixa muito satisfeitos. Desta feita, temos artigos oriundos dos estados do Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Ceará, além de nosso estado, o que demonstra estarmos cada vez conquistando novos espaços. Em todos os artigos temos doutores renomados assinando-os, quer isoladamente, quer em parceria com membros de seus respectivos grupos de pesquisa ou seus orientandos de mestrado e doutorado. Os artigos versam sobre temas diversos, abrangem os vários níveis de ensino, desde séries iniciais até o ensino superior.

No primeiro artigo, os autores apresentam um relato de experiência em que abordam contribuições do teatro para o ensino e a aprendizagem na formação docente nas Ciências Naturais, realizada em um curso de Pedagogia na cidade de Santa Maria, no RS. Utilizam o teatro como alternativa metodológica, tanto para o ambiente escolar quanto para a formação de professores, mostrando que as interações dos saberes se tornam complementares e grandes aliadas ao processo educacional.

No segundo artigo, os autores apresentam uma pesquisa bibliográfica na qual indicam como ocorre a representação do espaço na infância. Identificam as principais características, apontadas por Piaget e seus colaboradores, quanto à importância que noções topológicas desempenham na formação geométrica, juntamente com as relações projetivas e euclidianas. São ilustrados alguns conceitos dessas noções, que podem ser utilizados na construção do pensamento geométrico.

No capítulo três, é apresentada uma pesquisa na área de ensino e aprendizagem em Física, em que se dá importância ao feedback tanto em ambientes convencionais quanto em digitais. Seus autores apontam que o feedback processual servirá como suporte para a intervenção didático-pedagógica por parte do professor, o qual passará então a contar com um recurso digital que, apesar de não substituir o espaço sociocultural da sala de aula, permitirá uma compreensão maior das dificuldades de aprendizagem.

O capítulo quatro, oriundo de São Paulo, traz um importante recorte de pesquisa de doutorado de uma das autoras sob a orientação da outra, levada a efeito em Curso de Licenciatura em Matemática. Com esta pesquisa objetivou-se mapear os saberes dos alunos em relação aos conteúdos de Física aprendidos no Ensino Médio. No cenário de um curso em que se trabalhava aspectos da Didática da Matemática articulados ao ensino de Física, os autores apontaram fragilidade em relação aos conhecimentos de Física apresentados pelos futuros professores.

No capítulo cinco, seus autores ilustram um estudo de caso de como ocorreu inclusão digital em laboratórios do Proinfo na cidade de Bagé, no interior gaúcho. A pesquisa pautou-se na verificação de como ocorreram mudanças de ensino e de aprendizagem nas concepções e atitudes dos agentes de escolas municipais daquele município.

No capítulo seis, apresenta-se um recorte de uma pesquisa de mestrado, em que o pesquisador e sua orientadora discorrem sobre uma ação de formação continuada a distância com professores de matemática que atuam em laboratórios de escolas públicas do estado de Mato Grosso do Sul. No artigo, analisam a aprendizagem de um professor em formação ao interagir com outros colegas no ambiente virtual, bem como o papel do formador.

No capítulo sete, é apresentada uma pesquisa que investigou sobre contribuições ao ensino de trigonometria com ênfase na modelagem matemática e o uso de recursos tecnológicos. Por meio da engenharia didática, seus autores aplicaram a pesquisa em turmas do Ensino Médio, em uma escola de Minas Gerais. O uso de applets na exploração do círculo trigonométrico e no estudo das representações gráficas das funções trigonométricas viabilizou a exploração visual e a integração da álgebra e da geometria para favorecer a aprendizagem de alguns conteúdos de Trigonometria.

No capítulo oito, apresentam-se resultados de uma pesquisa qualitativa de mestrado sobre uma proposta metodológica, envolvendo alunos do Ensino Médio de um colégio estadual da cidade de Ponta Grossa, no Paraná, para o ensino de conceitos básicos de Geometria Fractal. Foi evidenciado que há uma defasagem dos alunos em relação à compreensão de conceitos básicos integrados ao ensino e, também, é possível ao professor abordar outras geometrias, utilizando atividades diferenciadas nas quais o aluno tome efetiva participação do processo.

No capítulo nove, também resultado de pesquisa de mestrado, relata-se a visão do professor a respeito dos níveis de argumentação e prova apresentados por alunos de Escola Básica, do Rio de Janeiro, em Matemática. Em uma primeira etapa, os alunos responderam a questões que fogem à simples aplicação de resultados conhecidos e à realização de cálculos e na segunda etapa, professores foram convidados a analisar e dar notas a diferentes argumentos extraídos de respostas obtidas na primeira etapa.

Para finalizar este número, é apresentada uma pesquisa oriunda do Ceará em que seu autor identifica que as atividades de investigação do profissional matemático e do estudante apresentam elementos de natureza cognitiva e de ordem comuns. Discute o papel e as características do insight, descrevendo e analisando suas ligações com a percepção e a intuição. Para evidenciar possibilidades de uso no ensino, apresentam-se situações as quais envolvem o Cálculo Diferencial e Integral.

Esperamos que os trabalhos possam contribuir para novas pesquisas e para aquelas em andamento, bem como para o engrandecimento da prática de nossos professores. Desejamos a todos excelente leitura.

Prof. Dr. José Carlos Pinto Leivas

Editor

 

Publicado: 2015-04-07

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