v. 35 n. 1 (2015)

Editorial

Temos a grata satisfação de apresentar e divulgar o v. 35, n. 1 da Revista Vidya à comunidade de educadores da área de Ciências e Matemática. Desta feita, temos nove artigos de caráter variado dentro da área e de diversos locais do país.

No primeiro, encontramos um trabalho que aborda o tema lixo e lixo eletrônico em uma análise feita em livros didáticos do Ensino Médio e selecionados pelo PNLD em 2012. Nele, a metodologia empregada pelas autoras indicam três aspectos a serem seguidos nos materiais didáticos: sobre suas raízes; sobre as consequências em termos de impactos ambientais; sobre as alternativas quanto ao tratamento de resíduos e à disposição do lixo. A análise realizada comprovou  que os livros atendem aos critérios analisados, sendo que alguns deles facilitam sua abordagem durante as aulas de química, contribuindo com a promoção de aulas com um modelo menos tradicional.

No segundo artigo, há resultados de uma pesquisa realizada no interior do Rio de Janeiro, na qual seus autores buscaram identificar e analisar noções que emergiram do conceito de polígonos em atividades realizadas com estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental. Os resultados elucidam ideias (desenhos, símbolos, figuras, linhas retas) dos discentes nas diferentes situações de aprendizagem implementadas e algumas relações (ter a forma de, ser parecido com) que manifestaram em suas respostas e interações sobre polígonos.

O terceiro descreve os recursos midiáticos utilizados em cursos a distância na área de enfermagem no Brasil, com base em uma revisão bibliográfica de artigos publicados na Base  de Dados da Saúde (Lilacs e Bdenf) e na Biblioteca Virtual da Saúde (Scielo), entre os anos de 2011 e 2013. Por meio de revisão narrativa da literatura, seus autores concluíram que a educação a distância vem crescendo no Brasil, bem como a produção dos recursos midiáticos desenvolvidos e utilizados para fins didáticos no ensino na área da enfermagem.

No quarto artigo, os autores trazem a história do desenvolvimento do Desenho Geométrico à luz de uma revisão bibliográfica com base nas primeiras ideias e noções com relação ao Desenho, as quais sempre estiveram presentes em situações isoladas e pouco sistematizadas na realização das atividades cotidianas. Esse fato tornou-se um fator relevante para a evolução dos conhecimentos matemático, científico e tecnológico desenvolvidos pela humanidade.

No quinto, os autores apresentam resultados de uma pesquisa que teve por objetivo utilizar a Teoria dos Registros de Representação Semiótica nas conversões realizadas entre registros associados aos objetos matemáticos, que emergem em atividades de modelagem matemática desenvolvidas por alunos do Ensino Médio. Pautados nos princípios da Análise de Conteúdo, identificaram três categorias para as conversões entre diferentes registros de representação produzidos pelos estudantes.

Já o sexto artigo relata resultados de uma pesquisa de mestrado, a qual identificou, analisou e discutiu aspectos do pensamento algébrico e da linguagem manifestados por estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental ao resolverem problemas em um experimento de ensino, metodologia devida a Steffe e Thompson (2000). A coleta de informações ocorreu em 2012, em uma escola pública de Palotina – PR. Como resultado, foram identificados alguns aspectos de pensamento algébrico nos registros escritos dos estudantes, destacando o desenvolvimento de uma linguagem sincopada para expressar-se matematicamente, a utilização de símbolos não convencionais e convencionais relacionados a conceitos e propriedades, a compreensão dos conceitos envolvidos no problema, a utilização da proporção direta, a resolução de equações por meio de operações inversas, a análise e expressão de relações entre grandezas desconhecidas sem recorrerem a valores específicos, entre outros.

A resolução de problemas na Educação Infantil é abordada no sétimo trabalho, no qual suas autoras apresentam um estudo de caso envolvendo 10 estudantes entre 5 e 6 anos. Por meio da aplicação de duas situações-problema, uma de multiplicação e outra de divisão, foi possível trabalhar com esses problemas antes de o professor fazer uso do algoritmo, no início da vida escolar das crianças. A entrevista realizada com a professora evidenciou uma convergência entre o desempenho apresentado pelos estudantes, as concepções da professora acerca do campo conceitual das estruturas multiplicativas e o modo como ela conduz sua prática pedagógica.

O oitavo artigo apresenta resultado de uma pesquisa realizada com base na Teoria da Aprendizagem Significativa de David Ausubel, com a aplicação de uma atividade didática de ensino, envolvendo a teoria microscópica da condução elétrica.  A análise qualitativa dos resultados da aplicação permite inferir indícios de uma compreensão expressiva do conceito estudado, bem como indicativo de uma aprendizagem significativa.

Para finalizar, o último artigo apresenta um estudo teórico que buscou evidenciar a evolução e a generalização epistemológica em torno do tema Sequência de Fibonacci, a partir de livros de História da Matemática. Por intermédio de um estudo bibliográfico, seu autor buscou a demarcação de uma espécie de abordagem do assunto, com a intenção de divulgação científica, no âmbito da formação inicial de professores de Matemática.

Como pode ser observado, há uma variedade de temas abordados, todos relacionados ao ensino. Esperamos que nossos leitores tenham uma boa leitura e que os textos auxiliem novas investigações.

Prof. Dr. José Carlos Pinto Leivas )Editor Chefe).

 

Publicado: 09.10.2015

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