v. 25 n. 2 (2005)
Editorial
Vivemos, há algumas décadas, em um paradoxal contexto em que a busca de certezas convive com a instabilidade de uma realidade cada vez mais dinâmica e multifacetada. Reconhecer esse processo implica demarcar o caráter histórico-cultural da própria construção do conhecimento. Nesse sentido, no campo propriamente da educação, e em sua dimensão mais ampla, significa, entre outros aspectos, uma constante “re-visão” sobre concepções teórico-metodológicas, que podemos traduzir como o enfrentamento inadiável de novos paradigmas.
Aos educadores e pesquisadores, diante desse quadro contextual, cabe um papel relevante como agentes responsáveis pelo questionamento sistemático da realidade e pela formulação de alternativas de alcance coletivo e comunitário. Pautam-se, assim, variados desafios relacionados à complexidade dos problemas a serem atualmente enfrentados.
Tal variedade de perspectivas encontra-se nesta edição da revista Vidya, na qual são apresentados desde afinados diagnósticos até proposições e encaminhamentos de respostas para prementes questões de nossa contemporaneidade, como a utilização do computador, tanto considerando-se as prerrogativas da Educação à Distância quanto as possibilidades de inclusão de alunos(as) portadores(as) de necessidades especiais; como os resultados de pesquisas relacionadas a objetos matemáticos de aprendizagem; propostas para o ensino de análise de erros e proporcionalidade em disciplinas de graduação; bem como questionamentos relacionados à arte-educação, à metodologia no ensino de Geografia, ao uso de novas fontes e linguagens no ensino de História e aos aspectos socioculturais que perpassam o desafiador tema do fracasso escolar.
A pluralidade dessas abordagens é um indicativo, por certo, da relevante produção acadêmica que, com grande satisfação, apresentamos. Nesse enriquecedor mosaico teórico-crítico, percebe-se uma unidade de propósitos direcionados ao enfrentamento do presente para que possamos vislumbrar positivamente o futuro. Cabe aqui lembrar as palavras do sertanejo Riobaldo, de Guimarães Rosa: “o real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia”.
A todos que colaboraram neste percurso, o nosso agradecimento – a todos que compartilharem desta caminhada, o nosso desejo de uma ótima leitura.
Inara de Oliveira Rodrigues
Editora