A GENE(ÉTICA) CONTEMPORÂNEA
Resumen
A reflexão proposta no presente artigo relaciona-se ao avanço da ciência e da tecnologia, especialmente na área da genética, que desperta, nos cidadãos contemporâneos, várias inquietações. Notícias de novas descobertas são apresentadas diariamente pela mídia e termos como genética, gene, DNA, genomas, células-tronco, clonagem, transgênicos, entre outros, deixaram de estar restritos a especialistas, fazendo parte também do cotidiano dos cidadãos leigos. Essas novas biotecnologias, no entanto, abrem caminhos inesperados à experimentação, pois permitem ao homem modificar, de forma definitiva, o patrimônio hereditário de todos os seres vivos, inclusive o seu próprio. Ao modificar a natureza e o potencial genético dos seres vivos, o homem estará, consequentemente, modificando as condições de vida das futuras gerações. Em diversas instâncias, surge a discussão sobre os limites que cabem, ou não, impor à investigação científica nesse campo. Ao reconhecimento do direito humano da livre investigação científica, paralelamente, surge a necessidade de certo controle social quando os resultados podem afetar a humanidade, devendo a sociedade participar das decisões sobre as tecnologias que lhe convêm. Para dar suporte à sociedade nessa importante participação, é essencial a atuação das instituições educativas. O avanço científico e tecnológico nesta área não é bom nem ruim, mas o que se faz com ele é que poderá ser uma força de progresso e benefício, ou uma força de opressão e destruição do homem e da natureza. Como cidadãos, temos o dever de considerar tais assuntos, mantendo-nos vigilantes para que esse conhecimento seja aplicado de forma a contribuir na construção de uma sociedade em que o limite da ciência seja a dignidade humana.