CONHECIMENTO PROPOSICIONAL NAS AULAS DE FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO: ENTRE A DIDÁTICA E O ENSINO
DOI:
https://doi.org/10.37782/thaumazein.v13i25.3575Abstract
Neste artigo eu defendo que o conhecimento de proposições filosóficas pode e deve desempenhar o papel de ideal regulador das aulas de Filosofia no Ensino Médio. Grosso modo, penso haver dois tipos de conhecimento pressupostos nas aulas de Filosofia no Ensino Médio: o primeiro, que, por conveniência, chamarei de conhecimento filosófico disposicional, e o segundo, o conhecimento filosófico proposicional. O primeiro consiste naquele conhecimento que leva em conta apenas certas habilidades filosóficas de identificação de teses, de identificação e análise de argumentos etc. O segundo envolve a garantia da verdade de uma proposição filosófica via justificação. Argumento que o conhecimento filosófico disposicional, embora seja um pressuposto epistemológico suficiente a ser tomado para a confecção de uma aula de Filosofia no Ensino Médio, não é necessário. Isso porque esse tipo de conhecimento não desempenha satisfatoriamente a função de objetivo último das aulas de Filosofia, se considerarmos uma característica fundamental da Filosofia: qual seja, aquela atividade que, através de seus autores, possui enquanto objetivo último obter conhecimento de certas proposições filosóficas. Além disso, argumento que o primeiro tipo de conhecimento é adequadamente desenvolvido somente se regulado por um ideal de conhecimento do segundo tipo. Assim considerado, além de fazermos, de fato, a Filosofia presente na sala de aula, tendemos a ter ganhos consideráveis para a postura dos alunos frente às questões filosóficas fundamentais.