O Massacre de Suzano e a (in)atuação dos atores da proteção integral à luz da liquidez social e suspensão da ética
Abstract
O “Massacre de Suzano” é um marco de violência e considerando seu contexto, esta pesquisa se propõe analisar os eventos e impactos legais desse episódio, problematizando a (in)atuação e a percepção dos protagonistas responsáveis pela proteção integral de crianças e adolescentes, a partir das contribuições de Zygmunt Bauman com a liquidez dos vínculos sociais e a suspensão da ética. Todas essas premissas são analisadas sob o emprego do método de abordagem indutivo e do método de procedimento monográfico combinado com o funcionalista, os quais propiciaram sistematizar os personagens, os vínculos e o ambiente virtual com base nas investigações e reportagens referentes ao episódio escolar em São Paulo. Interpretado pelo aporte teórico de Bauman, o cenário evidenciado no ambiente virtual oferece facilidades e, também, riscos aos jovens internautas, fatores que convergem questões éticas e sociais complexas, desafiando os atores encarregados da proteção integral a reexaminar suas (in)atuações diante desses dilemas. Face à urgência de repensar as posturas adotadas e a manutenção de seus vínculos, a família, a sociedade e o Estado precisam compreender o cenário que antecede casos de extrema violência e ódio. Com este aporte metodológico, conclui-se que, a partir da identificação dos recursos e vetores capazes de corroborar com situações como a de Suzano, seja possível elaborar estratégias preventivas e repressivas de atuação articulada, o que pode ser viabilizado pela ressignificação dos vínculos entre indivíduo e instituições, bem como pelo processamento das relações sociais, proposta apresentada neste estudo como meio para exercer a proteção integral de crianças e adolescentes.