A POSSIBILIDADE DO CONHECIMENTO HUMANO – NOTAS ACERCA DOS USOS DOS ARGUMENTOS DE AGOSTINHO POR SCOTUS
Abstract
Em Ord. I d. 3 p. 1 q. 4, Scotus (1265/6-1308) trata do conhecimento humano, opondo-se a Henrique de Gand (1240?-1293), que invoca Agostinho para defender a dependência humana da “iluminação especial da luz incriada”. Scotus prova a possibilidade de o homem conhecer alguma verdade “certa e infalível” sem aquela luz. Agostinho afirmara que a especulação humana, enquanto avança, encontra uma verdade que a supera e que é sua fonte e razão de ser. Scotus, também em referência a Agostinho, distingue quatro sentidos segundo os quais o homem pode ver “nas regras eternas”. A seguir, afirma que há certa dependência da luz incriada, pois dela dependem “os primeiros princípios, tanto das realidades especulativas como das práticas”. Objetiva-se investigar acerca da relação entre o conhecimento possível ao humano e a dependência de uma luz incriada a qual se refere Scotus, tendo como pano de fundo os argumentos de Agostinho.
References
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