Grupos de familiares em CAPS II: gerando reflexões acerca da participação da família no tratamento dos usuários

Resumo

O objetivo deste trabalho foi relatar a vivência de uma estagiária de psicologia diante da implantação de um grupo de familiares de usuários de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II) de uma cidade do Rio Grande do Sul. A implantação do grupo também visava auxiliar em uma aproximação do paciente com seu familiar e com os profissionais do serviço, e comunicar que sua participação seria muito importante para toda a dinâmica familiar, pois por meio da compreensão e inserção do diálogo entre os membros da família, as relações tornar-se-iam mais saudáveis e afetuosas. As atividades grupais foram conduzidas por duas assistentes sociais, um enfermeiro e a estagiária de psicologia. O grupo era realizado de quinze em quinze dias. Sabe-se que o convívio com a doença, psiquiátrica é muito difícil para o grupo familiar, o que é agravado quando a doença tende a ser de duração prolongada, quando apresenta recidivas de manifestações agudas e, principalmente, é vivida como incapacitante e estigmatizadora. Dessa maneira, entendeu-se que a família é uma parceira importante no processo de tratamento e reabilitação psicossocial do usuário da saúde mental. A atenção psicossocial, associada ao universo familiar, vai facilitar a reinserção social do sujeito e a promoção da saúde da família como um todo, considerando todas as dimensões vividas no cotidiano. Por fim, entendeu-se que a implantação do grupo para familiares foi muito importante para fortalecer as relações do usuário com seu familiar e também para que a equipe possa ter contato com essas famílias.