IMPLICAÇÕES ÉTICAS E POLÍTICAS DA REDUÇÃO FENOMENOLÓGICA
Resumo
Resumo: Há ou não uma neutralidade política implícita do conceito de redução fenomenológica? O artigo discute esta questão a partir de três perspectivas diferentes, mas complementares: a perspectiva husserliana, para a qual o método representa uma suspensão e uma redescoberta do mundo a uma só vez; a perspectiva de Jan Patocka, que interpreta a redução como descoberta da problematicidade ou da condição histórica pelo homem ocidental; finalmente, a perspectiva de Levinas, que retoma o método a partir de uma investigação do próprio conceito de liberdade em relação à ética e a política. Ressaltamos, em conclusão, que se o método significa, em fenomenologia, a vida mesma da razão em sua liberdade, esta vida, no entanto, remete à relação inter-humana, relação esta que será irredutível a qualquer racionalidade instituída.Referências
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HUSSERL, E.- Idéias para uma fenomenologia pura e para uma filosofia fenomenológica. Trad. Márcio Suzuki, Aparecida (SP): Artes e Letras, 2006.
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