PRÁTICAS DE CORREÇÃO NA ANTIGUIDADE CRISTÃ: CONHECIMENTO DE SI, DECIFRAÇÃO DA VERDADE E SUJEIÇÃO
Resumen
O artigo analisa o papel da correção na Antiguidade cristã mostrando a função corretiva assumida pelas práticas de si nos primeiros séculos da nossa era. A partir dos estudos de Foucault elaborou-se uma historicização genealógica das práticas, para traçar a proveniência das técnicas de correção e identificar ênfases quanto à finalidade das práticas corretivas. A análise desenvolvida neste artigo integra uma segunda ênfase em relação às práticas de correção, localizada no contexto da Antiguidade cristã, onde se tem um conjunto de práticas de correção que se apropriam do domínio do cuidado de si antigo, apresentando-se como a cristianização do ideal grego da vida filosófica. Compreendeu-se, que nos primeiros séculos do cristianismo, o monarquismo fez uso das mesmas técnicas da vida filosófica utilizadas na filosofia helenística, porém, ao serem exercitadas, essas técnicas geraram outras práticas, direcionadas à renúncia de si. Outros modos de realização da correção podem ser encontrados na historicização das práticas de correção na antiguidade pagã e, posteriormente, no contexto moderno e contemporâneo. Apesar de não integrarem as reflexões propostas pelo artigo, tais distinções auxiliam na compreensão do modo como a correção operou constituindo subjetividades no mundo antigo, e ainda, permitem avançar na análise da correção nas suas formas mais atualizadas, no sentido mais amplo da educação e dos processos de subjetivação.
Citas
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