UM ESTUDO A RESPEITO DA CRÍTICA ARENDTIANA DO CONCEITO DE TRABALHO EM KARL MARX
Resumen
O conceito de trabalho – pouco estudado na filosofia – geralmente refere-se a teorias antropológicas ou, ao desenvolvimento da produção de objetos úteis aos seres humanos. Contemporaneamente, com a globalização da produção, pode-se observar de que modo, desde a divisão do trabalho no século XIX, todo trabalho torna-se emprego. Isto é, desde a Revolução industrial, temos assistido de que forma o trabalho como uma atividade individual torna-se um processo coletivo, cujo objetivo mais direto é subsistência do animal laborans. A teórica política Hannah Arendt elaborou uma crítica à interpretação que Karl Marx realizou a respeito da sociedade moderna. O objetivo deste artigo é considerar que tal crítica está calcada no conceito de trabalho elaborado por Karl Marx. Segundo Arendt, Marx não faz qualquer distinção entre as atividades do labor e do trabalho. Isto propiciou uma alteração na quantidade dos produtos fabricados (nascendo assim, uma sociedade de consumidores), na natureza do processo de produção (divisão do trabalho e, recentemente a globalização da produção) e, finalmente, na natureza dos bens produzidos (objetos destinados ao consumo e não a serem úteis aos seres humanos). Assim, esta alteração - provocada pela confusão conceitual referente às atividades dos seres humanos – acabou propiciando, também, a confusão entre as esferas do público e do privado. A natureza desta sociedade, centrada na produtividade infinita e no consumo, passa a ser a miscelânea entre assuntos públicos e privados.Citas
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