NEOPLATONISMO E MEIO AMBIENTE: A NATUREZA COMO TEOFANIA NO NEOPLATONISMO DE ERÍGENA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.37782/thaumazein.v18i35.5142

Palavras-chave:

Natureza; Erígena; Neoplatonismo; Teofania; Medieval

Resumo

A conjectura sobre a relação entre homem e natureza está para além da simples reflexão teórica, ao contrário, trata-se se uma temática intrinsecamente enraizada na prática, afinal, o mundo que nos cerca não é uma mera abstração, mas uma realidade imperiosa de nossa existência. Com isso em mente, o objetivo do presente texto é o de buscar a partir da filosofia neoplatônica medieval de João Escoto Erígena maneiras de refletir sobre essa relação que nos permitam conjecturar sobre nossa condição atual enquanto humanidade diante das questões ambientais de nosso tempo. Demostrando que, longe de ser um pensamento defasado, ou preso ao seu tempo, a filosofia medieval, como toda boa filosofia, se mostra como atemporal e útil para refletir sobre questões modernas. Partindo dessa premissa de investigação, iremos trabalhar o conceito de teofania apresentado por Erígena em sua filosofia, a partir Periphyseon, estabelecendo um mundo sensível que não se faz como simples copia ou reflexo imperfeito da perfeição, mas como manifestação de um principio divino que se estabelece na criação. Dessa forma, a natureza não deve ser pensada apenas como valor material, mas como valor de manifestação. Não é um objeto que se coloca diante de nós simplesmente para ser usado e descartado, mas para ser apreciado, uma apreciação que inspira a reflexão sobre o divino, sobre aquilo que nos eleva. Nosso objetivo aqui será, portanto, refletir sobre a importância de se inspirar em uma filosofia medieval que se impõem a partir de uma relação com a natureza que se afasta da visão do mundo como um simples objeto a ser explorado e passa a tratá-lo sob uma nova óptica que o considera como objeto a ser contemplado. Que retoma a natureza a partir do seu caráter sacralizado. Dessa forma podemos questionar o caráter predatório do homem moderno sobre a natureza a partir de uma perspectiva medieval que ainda guarda muito a esclarecer.

Biografia do Autor

Pedro Calixto, Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF

Graduado, Mestre e Doutor pela Universidade de Paris Sorbonne. Pós-Doutoramento pela Universidade de São Paulo sob a orientação de Moacyr Ayres Novaes Filho. Ex-professor da Universitas Catholicas Parisiensis - PUC - Paris. Professor na Universidade Federal de Juiz de Fora Pesquisador junto ao CEPAME - Universidade de São Paulo.

Marcus Vinicius Carnivali de Araujo, Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP

Doutorando em Filosofia pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) com trabalho realizado com apoio do CNPq, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - Brasil. Mestre em Filosofia pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) com bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de nível Superior - Brasil (CAPES). Graduado em Filosofia Licenciatura pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e em Bacharelado em Ciências Humanas pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

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Publicado

2025-01-14

Como Citar

Calixto, P., & de Araujo, M. V. C. (2025). NEOPLATONISMO E MEIO AMBIENTE: A NATUREZA COMO TEOFANIA NO NEOPLATONISMO DE ERÍGENA. Thaumazein: Revista Online De Filosofia, 18(35), 157–170. https://doi.org/10.37782/thaumazein.v18i35.5142

Edição

Seção

Dossiê: Ética, Ciência e Meio ambiente