“TAMO JUNTO”? APROXIMAÇÕES ÉTICO-TEOLÓGICAS SOBRE A CRISE AMBIENTAL A PARTIR DA LAUDATO SI, DA FRATELLI TUTTI E DA LAUDATE DEUM
DOI:
https://doi.org/10.37782/thaumazein.v18i35.5134Palavras-chave:
Crise Ambiental; Criação; Bem Viver; Alteridade Ambiental; Papa Francisco; Conversão EcológicaResumo
O artigo oferece uma reflexão teológica sobre a atual crise ambiental gestada pela galopante soberba humana e evidenciada pelo acúmulo de bens materiais, pelo consumismo. Mas no início não era assim. O sonho de Deus representado no Paraíso criado e o mandato de submeter a terra consiste em levar adiante o seu projeto, irmanados numa convivência sem acúmulo, sem desperdícios e sem violência contra a Casa Comum, o Bem Viver. A filosofia levinasiana propõe a alteridade como ferramenta ético-filosófica para enfrentar a grande crise gerada pela visão totalitária que reduz o Outro ao Mesmo. Aplicamos esta intuição para apresentarmos o meio ambiente como outro-cósmos, expressão de uma alteridade ecológica que diz, exige eticamente: “Não matarás!”. Este grito ecoa hoje como nunca: grita o Outro-Terra, o Outro-Meio Ambiente como alteridades cósmicas, imprescindíveis e necessárias à sobrevivência humana. Tal conscientização requer uma conversão ecológica, contemplada no processo salvífico revelado por Jesus. Uma ecoespiritualidade faz-se necessária e urgente; é um chamado à responsabilidade enfatizado pelo Papa Francisco nas encíclicas Laudato Si e Fratelli Tutti, na exortação apostólica Laudate Deum em que alerta para a problemática do descuido para com a Casa Comum. Esta realidade afeta diretamente os mais vulneráveis, produz desigualdades, pobreza, injustiça. Portanto o título-convite deste texto - “Tamo junto?” - quer ser uma adesão consciente à mudança de atitudes diante da crise ambiental; juntos, conscientes de que podemos refazer a trajetória, salvando o planeta, preservando a vida.