A ALTERIDADE COMO CONDIÇÃO ÉTICO-CRÍTICA DA FILOSOFIA: O OUTRO COMO QUESTIONAMENTO DO MESMO EM LEVINAS

Autores

  • Marcos Alexandre Alves Centro Universitário Franciscano

Resumo

Neste artigo, objetivamos analisar a reavaliação do pensamento do Ocidente a partir da críticaao primado da Totalidade e do poder do Mesmo, que foi evidenciada na obra Totalidade eInfinito, pelo filósofo lituano-francês Emmanuel Levinas, na tentativa de abalar o primado doSer e do Saber, presentes na base desta tradição. Procuraremos mostrar que, para Levinas, oprimado do saber, presente em nossa tradição filosófica, não está imune a um tipo depetrificação e aprisionamento bem próximos do fechamento do mundo mítico. Contudo,trataremos, aqui, por outro lado, de esclarecer que o significado do pensamento de Levinasencontra-se, assim, não numa recusa da razão, mas na intenção de preservá-la da suamitificação sempre possível e, por consegüinte, de libertá-la do fechamento ontológico apartir de uma significação irredutível a esta prisão. Defenderemos, portanto, que opensamento levinasiano abre vias para se pensar os desafios do pensamento contemporâneo,marcado pela crise da unidade da razão e pela destituição de toda e qualquer subjetividadesoberana, recolocando a urgência de um sentido ético para o saber.

Biografia do Autor

Marcos Alexandre Alves, Centro Universitário Franciscano

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Publicado

2007-11-28

Como Citar

Alves, M. A. (2007). A ALTERIDADE COMO CONDIÇÃO ÉTICO-CRÍTICA DA FILOSOFIA: O OUTRO COMO QUESTIONAMENTO DO MESMO EM LEVINAS. Thaumazein: Revista Online De Filosofia, 1(1). Recuperado de https://periodicos.ufn.edu.br/index.php/thaumazein/article/view/192

Edição

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Artigos