Incidência de alterações citopatológicas em pacientes atendidas pelo SUS na região central do Rio Grande do Sul: análise do rastreamento do câncer de colo do útero

Abstract

O câncer de colo do útero é uma das principais causas de morbidade e mortalidade entre mulheres no Brasil, podendo ser prevenido por meio da vacinação contra o HPV e do rastreamento citopatológico. Este estudo objetivou determinar a incidência de alterações citopatológicas em mulheres atendidas pelo SUS na região central do Rio Grande do Sul. Trata-se de um estudo quantitativo, retrospectivo e analítico, realizado com dados de exames citopatológicos realizados entre janeiro de 2022 e julho de 2023 em 22 municípios da região central. Durante esse período, foram realizados 28.524 exames de Papanicolaou, com uma cobertura média de 23,2%. Desses exames, 2,5% apresentaram lesões cervicais, sendo a principal lesão ASC-US (36,7%), seguida por LSIL (21,5%) e HSIL (11,9%). A maior incidência de lesões foi observada nas faixas etárias de 45 a 54 anos (26,0%), 35 a 44 anos (23,9%) e 25 a 34 anos (22,8%). A maioria das lesões (85,1%) ocorreu em mulheres de 25 a 64 anos, faixa etária recomendada para o exame. A análise revelou variações significativas na cobertura entre os municípios. A maior incidência de lesões cervicais ocorreu na faixa etária de 45 a 54 anos, coincidente com a maior adesão ao exame. Os resultados reforçam a necessidade de ampliar as políticas públicas de saúde, intensificar campanhas educativas, fortalecer a vacinação contra o HPV e superar desigualdades no acesso aos serviços de saúde.