Por uma vida “ainda” melhor
Resumen
No presente artigo, propõe-se analisar o livro de língua portuguesa “Por uma Vida Melhor” (2011), sob a ótica da teoria sociolinguística, destacando a sua aplicabilidade ao ensino da língua portuguesa, no intuito de desmitificar a noção de unidade linguística no Brasil, uma vez que este manual didático foi alvo de críticas pela mídia. Além do mais, pretende-se abordar as propostas de variação linguística abordadas no manual didático em análise e verificaras discussões ligadas à proposta do manual registradas pela mídia e a palavra de linguistas sobre o mesmo. As análises tiveram por base algumas reportagens da revista Veja (2011), como “As lições do livro que desensina”, de 20/05/11; “Livro didático faz a apologia do erro: exponho a essência da picaretagem teórica e da malvadeza dessa gente”, de 14/05/11; “Os livro mais interessante estão emprestado”, de 13/05/11, que condenam esse livro por ensinar o aluno a falar errado, contrapondo com as noções teóricas da sociolinguística que afirmam o contrário, fundamentadas nos pressupostos de Marcos Bagno (2000, 2002, 2003, 2007), Maurizio Gnerre (2001), Dino Preti (1997) e Magda Soares (1991). Ainda, utilizaram-se os textos “Polêmica ou ignorância?”, de 17/05/11, de Marcos Bagno, e vídeos, com entrevistas dos professores José Luiz Fiorin, em 24/05/11, e Ataliba Castilho, em 20/05/11, posicionando-se acerca da polêmica levantada pela mídia. Os resultados evidenciam que, sob a luz da sociolinguística e, obviamente, das concepções dos especialistas referenciados no decorrer desta análise, desmitificam-se e, mais, derrubam-se quaisquer supostas verdades registradas pela mídia a respeito do livro didático. A falsa polêmica denota desconhecimento por parte da grande imprensa acerca dos preceitos que regem essa ciência e o quão superficial foi ao querer limitar o estudo da língua portuguesa ao julgamento de “certo” ou “errado”.