Literatura e psicanálise: do obreiro ao navegador

Autores

  • Luís Henrique Ramalho Pereira
  • Marcos Pippi de Medeiros

Resumo

Nesse artigo, o objetivo é estabelecer uma comunicação entre psicanálise, literatura e mitologia e, a partir dessa articulação promover uma análise literária  dos escritos  de Adelmo Simas Genro, nos quais o escritor local desvenda, através da literatura, aspectos da cidade. Percebemos nesses  escritos um material  rico  de significantes sociais. A mitologia inicia sua  relação  como uma ferramenta interpretativa, já que ela é, no sistema lingüístico, uma inscrição a priori  que não necessita da legitimação da escrita, pois o mito é eficiente na propagação oral, sendo assim, independente da escritura. Ao fundir e engendrar a psicanálise e a mitologia, poderemos então navegar nas  construções literárias  de Adelmo Simas Genro, interpretando significantes e suas inscrições que  nada mais são do que antecipação mitológica, por isso, o escritor nada  mais é que um antecipador das produções propostas pela  população, pela sociedade, já que é ela a produtora  de imagens, e sons que darão a estrutura mitológica. Sendo um tradutor de mito ou um antecipador da construção imagética, Adelmo Simas Genro sempre será para a literatura da nossa cidade um grande obreiro, pois entre seu ato de criação e as imagens espaciais da cidade existiriam pontos de intersecção, pontos esses destinados à palavra, à construção, à escultoração mítica. O mito é então escrito nas praças e nos espaços, pois o homem cria as cidades como artifício  à inscrição e para registrar marcos civilizatórios. O mito é linguagem, organizado no sistema de semiologia, mas mais que isso, o mito é representação.

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Publicado

2016-03-07

Como Citar

Pereira, L. H. R., & de Medeiros, M. P. (2016). Literatura e psicanálise: do obreiro ao navegador. Disciplinarum Scientia | Artes, Letras E Comunicação, 6(1), 179–194. Recuperado de https://periodicos.ufn.edu.br/index.php/disciplinarumALC/article/view/696

Edição

Seção

Artigos