INFERNO, DE PATRÍCIA MELO: A (RE)CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES NA PÓS-MODERNIDADE

Resumo

Desde o início do século passado, percebe-se que as sociedades ocidentais vêm sofrendo intensas mudanças históricas e sociais oriundas, principalmente, do capitalismo e da globalização. A realidade passa a ser a de um mundo efêmero e descentralizado, permeado pela tecnologia, pelo consumismo e pela indústria cultural que parece substituir a antiga política de classes, substancialmente estável, por uma série difusa de políticas de identidade.O sujeito, outrora portador de uma identidade racional e  autônoma, passa a ser considerado um ser plural, multifacetado, que assume identidades diferentes em  diferentes momentos e em constante mudança. Com tais pressupostos, aqui alicerçados em Hall (2004) e problematizados por Bauman (2001) e Kumar (1997), entre outros teóricos contemporâneos, o objetivo principal, neste trabalho, é apontar como ocorre a representação dessas identidades no livro Inferno(2003), de Patrícia Melo, a partir da análise sobre a trajetória do protagonista, José Luis Reis, o Reizinho,concluindo-se sobre as relações entre os processos identitários e de exclusão social.