O sofrimento psíquico dos formadores religiosos na etapa do noviciado

Resumo

Neste trabalho, objetiva-se pesquisar o sofrimento psíquico dos formadores religiosos na etapa do noviciado. Para tanto, realizou-se uma pesquisa entrevistando sete formadores(as), mestres de Noviços(as), na região de Porto Alegre, RS. Escolheu-se a referida etapa, por ser o Noviciado o período em que se exige a presença do(a) formador(a) em tempo integral. Para a coleta de dados, foi aplicado um questionário escrito, semiestruturado, contendo quatorze perguntas objetivas e subjetivas. Os dados obtidos foram analisados pelo método da pesquisa qualitativa, utilizando análise de conteúdo. No viés psicanalítico, deu-se a discussão dos resultados. Os dados evidenciaram a existência de sofrimento psíquico, enfatizando a sobrecarga sentida pelos formadores, a dificuldade em lidar com as diferenças na relação interpessoal e grupal e de forma expressiva, as experiências de perda desencadeadas no processo formativo. A realidade de mudança em que vive a sociedade também traz implicações para a formação e questiona a prática formativa na vida religiosa que acentua valores permanentes. O(A) formador(a), por ser aquele que faz a mediação entre o Instituto e os(as) formandos(as), carrega sobre si uma responsabilidade e um compromisso ímpar. Com isso, ele(a) é elemento chave no processo  formativo, desempenhando um papel importante e decisivo na formação, além de exercer sua tarefa tendo por foco o compromisso com a qualidade da vocação do(a) jovem perante a missão da Congregação. Desta forma, esta pesquisa amplia o espaço de reflexão, contribuindo no processo formativo para a Vida Religiosa.